quinta-feira, 9 de setembro de 2010

EDUCAÇÃO SEXUAL NA DEFICIÊNCIA MENTAL

Em primeiro lugar convém fazermos uma distinção entre sexo e sexualidade. A sexualidade humana não pode ser reduzida a sua função reprodutiva, de procriação, mas sim deve ser considerada como parte integrante da identidade de uma pessoa, envolvendo portanto uma dimensão afectiva como também social e cultural. Além da sua natureza biológica ela exerce uma função de prazer, reflectindo sentimentos, emoções, valores e um sentido de intimidade.
É comum pensar na sexualidade apenas em sua fase genital de reprodução, porém basta lembrarmos das manifestações da criança para constatarmos um processo de desenvolvimento, pois desde a infância as experiências de sexualidade já são sentidas e vivência das até o período da adolescência, onde as grandes transformações físicas e psicológicas estarão preparando o jovem para vida adulta.

O desenvolvimento da sexualidade envolve não só a maturação biológica das funções sexuais, como também as modificações comportamentais, ou seja, implica em uma compreensão intelectual dessas mudanças e das reacções emocionais decorrentes, modificando-se as experiências afectivas. Há um processo de identificação com padrões de conduta sexual, social que é culturalmente determinado.

Sexualidade e Deficiência Mental

A discussão do tema sexualidade na nossa sociedade vem sempre acompanhada de preconceitos e de discriminações.
Nesse caso enfrentamos um duplo preconceito: a própria deficiência em primeiro lugar e em segundo a aceitação da sexualidade da pessoa com deficiência mental. A compreensão da deficiência mental como um rebaixamento intelectual que gera limitações no desenvolvimento de sua maturidade emocional e social, mantém a pessoa com deficiência mental em seu “status” infantilizado. Vista como a “eterna criança”
O deficiente mental, como qualquer outro ser humano tem necessidade de expressar os seus sentimentos de uma forma própria, devidamente orientada, melhora o desenvolvimento afectivo e favorece a sua capacidade de se relacionar, melhorando a sua auto-estima e a adequação à sociedade.
Apesar das diferenças entre os deficientes, quase todos são capazes de aprender e desenvolver algum nível de aptidão social e de conhecimento sexual.

Sendo a educação um direito de todas as crianças independentemente da sua condição física, intelectual ou cultural, torna-se necessário promover o desenvolvimento de processos de intervenção adequadas as características, interesses e necessidades de cada contexto educativo, de cada escola e de cada aluno.

A Família e a Sexualidade da Pessoa com Deficiência Mental
A família enfrenta muita ansiedade para lidar com a sexualidade de seu filho com deficiência mental, preferindo deixá-lo em seu “status” infantil, recebendo com surpresa e temor as manifestações sexuais. Não sendo ele um “adulto” como irá vivenciar sua própria sexualidade e a de outro?
Será assim fundamental o aconselhamento aos pais em programas de orientação sexual. Os objectivos frente à família são:
• Trabalhar o medo e a ansiedade dos pais quanto ao futuro sexual dos filhos;
• Esclarecer sobre a variação das condições e manifestações sexuais;
• Orientar sobre os limites para a adaptação do comportamento sexual;
• Diminuir o preconceito e incentivar a comunicação dos pais quanto à sexualidade;
• Auxiliar na compreensão da sexualidade como um direito à saúde sexual.

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